segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um café, por favor.


A vida é feita de ideias estúpidas, de decisões erradas, de escolhas ruins. De se arrepender e chorar, porque é assim que se aprende, desse jeito meio trágico mesmo; mas não se abala, levanta! Isso depois vai te fazer rir um dia, morrer de rir, rir até a barriga doer. Porque isso também é a vida, é superar, levantar, sorrir de doer bochechas. É mais do que um menino bonitinho que piscou, ou de uma menininha bobinha que não gosta de ti, é mais que histórias de novela. Mais que momentos pra se contar, quem tanto soma acaba não acrescentando nada. E a vida é isso, é ter experiências, ter uma bagagem cultural pra fazer se orgulhar de fazer uma automedição. Se joga! Se atira, se entrega, intensa e completamente. Aproveita cada segundo, mesmo que depois doa que machuque que incomode. Não importa! Tentou. Acreditou, foi até o fim. Doeu, doeu demais, mas passou. Superou. Viveu, aproveitou

sábado, 15 de outubro de 2011

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- Mãe, pai... Precisamos conversar!

Os pais se entreolharam. Aquela frase... Bem, não é uma frase que se diz numa quarta-feira de manhã.

- O que é, querida?

- Bom, não é nada importante...

- O seu importante é sempre bem diferente do meu, filha.

-Pai! Relaxa... É só que... Bem... Eu fiz uma coisa... – ela encarou os pais, mordendo o lábio inferior. – Meu deus! Treinei como contar isso a vocês mil vezes na frente do espelho e não me sinto preparada! – riu nervosa – Enfim. Eu fiz uma coisa, ah, fala sério! Vocês vão odiar! Mas antes de eu falar o que é, eu vou explicar algumas coisas... Tipo, não significou nada pra mim! Mesmo. É só... Sei lá. Eu já tenho catorze anos, né? Hello! Sou quase uma mulher, já tenho maturidade pra isso. E Sei lá, o cara foi muito gentil, só foi lá e pow! Então... Eu nem senti nada! Não se preocupem! Juro, juro, juro. Não doeu. As gurias todas dizem que dói, que é uma porcaria, mas é mentira! Não doí nada, garanto. E, né, como eu sou uma quase mulher, achei que eu merecia fazer isso...

Os pais, prestes a ter um ataque cardíaco, perguntam:

- Minha filha, pelo amor de Deus, o que aconteceu?

- Bem... eu fiz o segundo furo na orelha, olha. Ei! Por que estão rindo? Eeeeeiii!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011




As vezes eu preciso voltar e lembrar pra mim mesma cada razão, cada motivo pra seguir insistindo nisso. Todo o pequeno detalhe, cada mínimo gesto, cada mudança no sorriso. Como se fosse de importância gigantesca lembrar, cada vez que eu pensasse em esquecer, disso tudo. Como se um sorriso com covinhas e um brilho claro no azul escuro de um olhar divertido me convencesse. Como se meu mundo todo fizesse sentido por causa daquela pessoa, unicamente. E não é. O nublado, que todo apaixonado sente, nunca me afetou totalmente. Minhas cicatrizes tendem sempre a impedir qualquer nuvem branca de amor desenfreado, elas não querem aumentar. Mas escoriações, leves hematomas sempre surgem em qualquer relacionamento. A confiança sempre balança, a insegurança é uma coisa que incomoda e cutuca sempre no fundo da cabeça. Pensamentos giram em torno de várias coisas durante dia, mas volta e meia retornam ao ponto de partida: O que ele está fazendo nesse momento? E é pior, muito pior, quando a saudade existe, quando o coração aperta, quando a agonia te enerva. Existem muitos, existem inúmeras possibilidades, mas se quer um só. Um ali, um de longe. Na nossa vida, constantemente, pessoas aparecem, te encantam, te cativam. Tu notas sorrisos diferentes, expressões convencionais. E se pergunta: Por que não? Mas daí tu lembras daquele sorriso com convinhas e daquele brilho claro no azul escuro de um olhar divertido e parece que teu mundo todo faz sentido por causa daquela pessoa...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Era uma vez uma linda menininha. Ela tinha a vida ideal: com pais carinhosos, brinquedos divertidos, amigos queridos, era inteligente, e tinha longos cabelos escuros que ela adorava. Ela passava horas e horas na frente do espelho, cuidando, penteando, arrumando de milhares de formas os cabelos macios, cheirosos e brilhantes que ela tinha. Então, um dia, ela acordou com bolinhas vermelhas estranhas sobre a pele. Preocupada, sua mãe imediatamente a levou no médico. Tiraram-lhe o sangue, fizeram milhares de exames e sua mãe chorou inconsoladamente em uma consulta que ela teve. Sem entender nada, cansada e desanimada, foi avisada, de forma gentil e agradável, pela mamãe e pelo papai que tinha uma doença que a deixaria fraca e que ela deveria fazer um tratamento, algo que começava com q, para ficar boa. A tal da Q era terrível. O tratamento era estranho, a deixava enjoada e, pior, fez seu cabelo começar a cair. Apavorada, correu para sua mãe com a escova em mãos, queria saber porque seu cabelo tão lindo caia aos tufos. Outra vez, sua mãe chorou. Não soube explicar, não teve outra reação a não ser debulhar-se em lágrimas. Naquele dia, a menina chorou junto dela. Não sabia bem o que era, mas era algo muito ruim que acontecia com ela. Inconsolada, voltou a seu quarto, abraçou-se em suas bonecas e dormiu, pedindo ao papai do céu que tudo aquilo fosse um pesadelo e que no outro dia tudo voltasse ao normal. Nada voltou. E ela odiou seus pais quando lhe trouxeram uma caixa de chapéus novos, lhe dizendo que o resto de seu cabelo cairia, mas nasceria outra vez. Mais breve do que ela imaginava. Ela odiou seus amigos, os amigos da escola que ela brincava dia-após-dia por perguntarem o que acontecia com ela. Ela odiou o papai do céu por não realizar seu pedido. Não era nada de mais, era seu único desejo. Estar boa, curada, com seus cabelos sedosos outra vez. Mas o pior ainda estava por vir. Seus pais, com caras tristes e preocupadas, vieram lhe avisar que ela passaria um tempo no hospital. A Q não estava funcionando direito e ela precisaria fazer alguma coisa que começava com T... Ela foi. Furiosa, indignada, estava perdendo sua vida. Vieram mais exames – dessa vez em seus pais também -, mais agulhas, mais enfermeiras e médicos. Todos muito gentis, mas todos preocupados. E chegou o dia da T. Seu pai e ela estavam na mesma sala. Ela dormiu e acordou no outro dia, ligeiramente dolorida. Queria ir pra casa, mas o médico disse que ela deveria ficar um pouco mais. Ela contou. Foram três vezes dez. E ela pode ir pra casa. O médico lhe deu um enorme pirulito e disse que ela era uma menininha de sorte, que deveria voltar em alguns dias e seguir uma dieta especial para se recuperar totalmente. Ela, finalmente, estava curada! E ela já podia ver algumas mechas de seu cabelo crescendo. Ele não era liso dessa vez, tinha algumas ondulações. E ela sorriu, em frente ao espelho, penteado os pequenos fios novos que nasciam. Novos como sua nova vida.



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Que país é esse?


Eu estou cheia da futilidade. Cansada do materialismo, infeliz com o falso moralismo alheio. Por que simplesmente pessoas assim não podem explodir? E, sério, é ridículo alguém vir reclamar do cabelo desarrumado pelo vento enquanto tem gente dormindo na rua com um cobertor fino. Pessoas morrendo de frio – LITERALMENTE! Quero saber onde foram parar os humanos. Porque, sinceramente, o que eu mais vejo por aí são muitos robôs e zumbis controlados por dinheiro e status. Queria saber quem é que cresce desse jeito, quem vai adiante desse jeito. Queria saber onde estão os generosos políticos da cidade, queria saber o que eles iam fazer se tivessem que passar um dia embaixo de um toldo de uma loja na Bento. Saber se é confortável dormir em cima da pedra fria, sem nenhuma proteção. Tanto física quanto psicológica. Será que eles esqueceram que saúde, segurança e comida são essenciais na vida de qualquer um? Porque eu tenho absoluta certeza que eles prometeram isso em todas as campanhas políticas! Estamos tratando de pessoas. Merecem uma vida, não uma existência. Merecem uma casa quente, uma educação... E merecem isso sempre, não só perto da reeleição ou eleição partidária. Quero saber quando Pelotas vai, finalmente, parar de assistir seus filhos jogados por aí e agir de alguma forma. É muito fácil fazer careta, baixar a cabeça e passar reto quando se vê algum morador de rua vagando por aí, difícil mesmo é lembrar que ele podia não ser um morador de rua se tivesse tido uma oportunidade. Só que, né? É eternamente mais fácil ignorar... Só que ignorar não muda nada, e o que todos nós precisamos são mudanças!


@AriadneMedeiros

terça-feira, 5 de julho de 2011

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Caí e levantei diversas vezes, fui derrubada uma porção delas também. Reconheci meu egoísmo e descobri meu raro altruísmo. Sofri, me recuperei, ouvi, falei. Venci. Perdi. Magoei, me magoei. Aprendi. Calei quando tinha que me abrir, me abri quando tinha que calar. Meti os pés pelas mãos, me enganei. Não me recuperei, ignorei. Me chateei, irritei, cansei. Aceitei meus gostos, recusei o dos outros, conselhos só escuto os meus. Fui fria, e já derreti. Fiz tudo o que disse que jamais faria. Menti sentimentos e não minto nunca mais. Cresci.


@AriadneMedeiros