sexta-feira, 8 de abril de 2011



Eu fiquei horas pensando em que postagem eu poderia fazer aqui primeiro. Eu queria alguma coisa que não fosse nem simples nem elaborada, um assunto que não fosse tão batido como o amor ou “boas-vindas, olhe minha primeira postagem” e, também, nada muito diferente como Catacrese. Na verdade, o que me levou a escolher o tema foram fotos.

Sim, fotos. Das mais variadas e antigas que eu consegui encontrar no meu disco D. E acredite, são fotos que me fazem sentir vontade de morrer e de matar. Mas não é das fotos que eu quero falar... Não exatamente delas, pelo menos. É dos momentos que elas me fizeram lembrar das fases, frases, situações, faixas... Foi uma experiência nostálgica.

E nostalgia é a pior coisa que uma pessoa pode sentir. O pior momento que ela pode viver, porque é como ver um filme... O teu filme, e não poder interferir. Relembrar momentos agradáveis e não poder realmente vivenciá-los, sentir o perfume de uma pessoa que não se vê há muito tempo, o calor do abraço de uma amiga que mora longe ou ouvir a voz de alguém que há muito não dá notícias.

Lembrar daquela festa em que se dançou a noite inteira, do primeiro porre com as amigas, daquele tombo absurdamente engraçado que seu amigo levou, das longas conversas no banheiro, das maquiagens que deram errado, das roupas emprestadas, das vinganças planejadas, das tardes comendo pipocas, dos filmes adorados, das frases decoradas, dos conselhos acatados – e os que nem foram levados a sério -, das brigas idiotas, das reconciliações em cinco minutos, daquele corte de cabelo que ficou horrível, dos deboches que se ouviu sobre ele, das horas fazendo chapinhas e escova que ele resultou.

Das tardes fazendo trabalhos escolares, das noites em claro pensando no namorado (ou ex-namorado), das ligações de madrugada, dos choros sem sentido, e as risadas também, das crises de ciúmes por um garoto que nem sabe da tua existência, dos ataques de pânico pré-primeiro encontro, da busca a roupa perfeita, do encontro maravilhoso – e até daquele horroroso.

Da tensão pré-prova, das tardes estudando, da festa de formatura, da festa pela formatura, do choro pelo fim, da felicidade pelo recomeço. Da incredulidade por já estar na faculdade, da ansiedade pela primeira aula, a realização pelo curso, o auto-orgulho. Seguir em frente, olhar pra trás, rir, chorar, aproveitar. Evoluir.

E ver tudo assim, de uma maneira tão ampla, a retrospectiva resumida de tudo que já passou dá uma saudade tão forte, um aperto no peito, uma felicidade amarga. Relembrar do que se passou é terrível! Porque te faz sentir saudade e querer viver o que já passou, e cada momento é único. E por mais catacrese que seja dizer “Quem vive de passado é museu”, ele ainda faz parte da gente.

E a propósito: Catacrese é uma metáfora rodada! E nostalgia... Bem, nostalgia é uma droga!


@AriadneMedeiros